Chorei sob seus ossos quando enfim avisou que iria morrer, disse ao seu ouvido que poderia ir em paz, mas no fundo estava com raiva, a vida, Deus ou o que quer que seja levou a única razão de me mover, de viver, de amar alguém verdadeiramente. Chorei sob seus ossos e pele que já começava a esfriar.
Choro sob seus ossos todas as vezes que vou a cemitério no interior, costumo imaginar ela saindo do chão e pedindo ajuda para subir, penso nela chegando do meu lado e dizendo ser uma grande brincadeira e que eu teria outra chance de viver com ela aqui, mas ela não volta e saio do cemitério incrédula, ela não vai voltar nunca mais, nunquinha, nunca.
Almejo o dia que meus ossos descansarão junto dos dela e eu poderei estar ao seu lado pelo infinito. Mesmo que não exista o infinito, outro plano.
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