quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

Coisas fáceis

    As coisas poderiam ser mais fáceis, poderia não é poder, ou algo que vá acontecer, mas algo que deveria acontecer/ter. Um dos maiores clichês do mundo que sempre escuto é que tudo que é fácil não tem valor, e sabe, discordo, em partes, mas discordo.
     O fácil pode ser simples não por seu valor não ser tão estimado, mas fácil por parte de quem executa, da manobra e pensamento como realizar, nossos problemas são assim e nunca deixará de ser, as dificuldades virão de acordo como você fará para tentar resolver, talvez (talvez?) não seja tão difícil... Aos olhos de outra pessoa.
     Longe de mim querer vir dar conselhos ou falar sobre teorias de ficar bem, eu ainda procuro a frase que vou colocar como lema de vida e já pensei em muitas como "não é errado se te faz feliz" ou aquela velha música que alguns amigos cantam para tentar te consolar no momento ruim e não sabe como e joga um "sacode, levanta a cabeça e dá a volta por cima". Alguns dirão para ser delicados e não falar a real, do tipo "você é fraco e tente lidar com isso". É doloroso, mesmo se for a verdade.
    

terça-feira, 3 de dezembro de 2013

Solitário

     O vento bate no cabelo fazendo bagunçar ele todo, o pensamento está mais longe do que nunca, talvez seja hora de admitir para o psicólogo que esse tal amor também faz um mal danado, um amor que nunca mais irá voltar, nunca, nunca, nunca mais. O remédio parece que fez as lágrimas secarem, as músicas que antes faziam elas caírem já não fazem mais, o efeito é grandioso, e elas teimam em ficar guardadas. Existe uma sensação de bem estar, mas existe outra que é de estar dopada. Dois lados da moeda.
    Quão humilhante é necessitar de remédio para ser "feliz", para tentar enxergar o futuro e a própria palma da mão. Ter que admitir que é possível fazer tudo sozinha mas tem medo, medo de sair da zona de conforto, medo de arriscar mais, tudo tão devidamente calculado e arquitetado. É humilhante porque isso se aprende sozinho, mas e quando não se sabe ser sozinho? A solidão imposta é horrível, e mais horrível quando você mesma se aprisiona.
     São 22:00 horas, a casa toda dorme, há silêncio e escuridão, silêncio quebrado com o cordeirinho fazendo sua bagunça noturna, com o barulho do vento que bate na palha da carnaúba e faz um som estranho, tão solitário quando o peito. A noite é de lua nova, não é preciso sair no terreiro com uma lanterna. Da janela frontal aberta se ver o alpendre, as estrelas, a luz do luar, as carnaúbas e tudo que a vista alcança da rede. As estrelas parecem mudar de cor, a luz do avião parece confundir, mas é um avião. O avião. É solitário.
    
   

segunda-feira, 11 de novembro de 2013

Solidão e fracasso

     Às vezes a necessidade é apenas de gritar, e berrar o quanto pode, gritar tanto que não seja possível falar direito, gritar até as cordas vocais sangrarem e você vomitar tudo, como se tivesse vomitando toda a amargura, dor, vontade de morrer e raiva. Tudo que tá ali, reprimido, escondido e o que ainda não sabe dizer, talvez você esteja em um momento negativo, é bem provável. Querer bater na parede vai ou pode até aliviar, já que não sente mais nada quando agride seu próprio corpo. Nas suas unhas ainda estão os resquícios da pele, no braço ainda existe uma pequena cicatriz e seu dedo mindinho da mão direita já não é o mesmo depois dos socos.
     Também é provável não saber usar as palavras corretas, não saber expressar porque ainda não sabe quaia palavras cabem. Mas quer explodir, porque essa dor tá oprimindo o peito, tá sufocando, não é querer pena dos outros é não saber saber aonde se está, se sentir tão deslocada que chega comprar o que não deveria porque talvez, quem sabe, ninguém possa terminar com uma vida. Nem a própria. Nunca se sabe. Mas ainda existe um oco dentro de si, mas está repleto de medo, insegurança, carência e desprezo.
     E o grande problema é não saber o que fazer, existe uma vontade incomum de ir há um lugar e gritar tão alto que depois as pernas não sustentem mais o corpo e irá cair no chão e chorar como criança quando a mãe não pode dar o tão sonhado brinquedo. A realidade é o sentimento de fracasso, deveria ter se acostumado já que isso é algo que vem desde a infância, é tão natural que já deveria ter se acostumado com a sensação. O pior é sempre concretizar o sentimento. Mesmo que falem o contrário. Já deveria saber que nem sempre solidão vem junto com o sucesso, o fracasso pode se sentar primeiro, se não ele, a sensação de o medo no futuro. Não é legal isso, é dependência.

sábado, 9 de novembro de 2013

Deixei

     Deixei rasgar a melhor roupa.
     Deixei bagunçar o cabelo.
     Deixei estragar a música, a minha melhor música.
     Deixei pegar o avião.
     Deixei falar ao pé do ouvido.
     Deixei puxar.
     Deixei estragar a cerveja.
     Deixei estragar a tatuagem.
     Deixei estragar as palavras, as que eram só minhas.
     Deixei estragar o café da manhã, o almoço, o jantar.
     Deixei estragar o lugar que amava.
     Deixei fingir, mentir.
     Deixei tocar aonde ninguém tocou.
     Deixei falar tanto quanto.
     Deixei expor tudo que achava.
     Deixei escondido tudo que frustrava.
     Deixei de lado o perto pelo distante. Ou vice-versa.
     Deixei magoar sem desconfiar.
     Deixei o ódio dominar todo o ser.
     Deixei as lágrimas caírem.
     Deixei o corpo todo se arrepiar.
     Deixei a outra vir, sentar, ficar, morar.
     Deixei fazer tudo que teve vontade e nunca percebeu.
     Deixei tudo, dane-se o resto.

Admita!

     Tudo talvez (um talvez pra quem diz gostar de jornalismo não vale) seja questão de admitir, admitir os erros, os medos, as falhas. Principalmente as falhas, as próprias, porque no fim das contas só as nossas contam, então julgar e apontar os defeitos dos outros perde o sentido para mim. A santidade não é meu forte, segundo a bíblia eu iria para o inferno por diversas coisas, aposto que sem parada no purgatório, mas acredito que quando morremos e vamos ser finalmente enterrados, para alívio de muitos, estamos sete palmos mais próximo do inferno, é irônico. Talvez (sim, outra vez) eu vá para outros lugares ruins de outras religiões ou apenas durma e fique inconsciente. Preciso disso até.
     Não que a fuga seja a solução para as coisas, mas ouvi dizer que só os fracos desistem das coisas legais, bem, até os 15 anos eu sabia que era a segunda melhor da sala em redação, hoje sou quase um lixo tóxico. Não que eu seja às vezes me sinto e ok, sentir tristeza é normal, é um sentimento como outro qualquer, aprendi a conviver com isso. Você aprenderá a conviver com o seu inimigo, ou aquele que se acha neutro quanto a você, o que acho um pouco hipócrita, mas não sei ao certo se é de verdade, acredito que seja o ponto de vista.
     Você acordar e escuta tiros, não os de um revólver, mas imaginários. Abri os olhos e ver as telhas que são alaranjadas (?) mas com o sol ficam meio que amarelas, é instantâneo a ação de olhar a hora e perceber que são 9h45 de uma manhã infernal e mais uma vez te deixaram mão. Não deveria achar ruim, você é culpado por seu descontrole e só se pergunta quando chegará a segunda-feira pra poder respirar aliviado. Isso é necessário? É sim! O estômago fica se revirando, não comer várias vezes ao dia está te matando seu infeliz, seu cretino, seu idiota. Veja bem, é um elogio tosco, mas pode superar, é questão apenas de saber que tem alguém ao menos pra te fazer sentir algo, mesmo que seja ruim, volto a dizer, já há um costume, é um elogio.
     Em Wonderwall diz que todas as estradas que conduzem até você eram sinuosas e todas as luzes que iluminam o caminho estão cegando, e estão, de ódio. Não de alguém em especifico, para isso há vários fatores que deveríamos levar em consideração, acredito nisso pelo menos. Porque por mais que tente te ajudar nunca vão saber de fato o que você estará pensando quando acorda e olha fixamente as telhas, ou quando fica calada e se perde dos próprios pensamentos e tudo que quer é alguém que entenda que aquele momento é seu, mesmo estando compartilhando é seu, é seu silêncio.
     Porque no fim de tudo não é mais preciso fingir, pra que? Não adiantam mais, as veias do coração estão todas entupidas, e ele já não tem força de bombear o sangue para o resto do corpo  e isso vai te matar, talvez rápido ou não, esse é o final. Você irá vê-los do teu lado, mas é mesmo que nada, não? Quantas vezes disse que se sentia sozinho mesmo estando com mil pessoas ao teu lado? Quantas vezes te apontaram o dedo sem saber o que você, SIM, você sentia na verdade? E as batidas na porta, e as chaves perdidas, e o carro abandonado na estrada e tudo que poderia ser evitado? Pra quê?

    Veja bem, olhe para lado e me diga de uma vez quem está aí, e se é um morto ou um vivo. Não adianta, aqueles que no começo eram legais agora já não são mais, e talvez a culpa não seja sua, talvez seja você que não merece ou não é da mesma vibe, e em todo caso você não terá aquilo que sempre sonhou chorar é melhor que comer, tá triste? Então vai em frente, eu aprendi e estou repetindo isso para mim a cada minuto, a cada piada, e, cada lágrima no banheiro da escola ou na madrugada em casa. Esse horário nos mata, me mata e a lembrança é a pior parte, pegue seu tumor e esterilize uma faca e faça o que tiver de fazer, da forma que quiser. É seu momento. 




domingo, 3 de novembro de 2013

Crie

     Crie um gato e um cachorro, também crie uma codorna e um cordeirinho, só não crie expectativa, essa dá muita despesa.

quarta-feira, 30 de outubro de 2013

Atenção

Desculpe os erros ortográficos e concordância verbal deste blog, quando estiver com tempo irei consertar todos. :)

quarta-feira, 16 de outubro de 2013

Resolve rapidão, doutor?!

   [...]

     -Então, o que quer depois de tudo que você relatou?
    -Me tire a vesícula, a hérnia, meu ovário, minha gordura e mais do que tudo, não esqueça de tirar meu coração, doutor.

Conto Zen

   Dois monges, renunciados ao sexo, estavam subindo uma montanha em direção ao mosteiro quando, um deles, percebe uma mulher em desespero em um rio se afogando. Ele se jogou na agua e retirou a mulher já desmaiada e com as vestes rasgadas pela luta contra a correnteza. Fez respiração boca-a-boca e conseguiu ressuscitar aquele pobre criatura em sofrimento.
     O outro que a tudo assistia ficou boquiaberto: - “Como você fez isso? Tocar em uma mulher seminua! Você colocou sua boca na dela! Você quebrou nossos votos!” – Falava a todo instante – “Quando chegar ao mosteiro eu contarei o fato para nosso líder. Você cometeu um ato abominável!” Aquele tom prosseguiu por toda a subida da montanha até quando chegaram às portas do mosteiro o monge nervoso falou mais uma vez: “-Um absurdo o que você fez: tocou as partes íntimas daquela mulher quebrando nosso voto de fé e sacrifício. Vou contar para nosso líder agora!”
     O outro, que havia salvado a mulher completou: - “Diga também por quanto tempo a mulher ficou em meus braços e há quanto tempo ela está dentro da sua cabeça.”

     Na última vez que fui para psicóloga ela me falou deste conto, não esqueci porque naquele momento era isso que eu precisa ouvir, compreender e tentar seguir. Assim como diz um outro conto que não importa o que seja, se for um problema terá de ser eliminado, este me abriu os olhos para um problema pessoal, desculpa se eu não consigo ver positividade, mas você teve razão quando me falou que não adianta estar longe com algo na cabeça

terça-feira, 8 de outubro de 2013

É exatamente isso, Martha!

A TRISTEZA PERMITIDA

     Se eu disser pra você que hoje acordei triste, que foi difícil sair da cama, mesmo sabendo que o sol estava se exibindo lá fora e o céu convidava para a farra de viver, mesmo sabendo que havia muitas providências a tomar, acordei triste e tive preguiça de cumprir os rituais que faço sem nem prestar atenção no que estou sentindo, como tomar banho, colocar uma roupa, ir pro computador, sair pra compras e reuniões – se eu disser que foi assim, o que você me diz? Se eu lhe disser que hoje não foi um dia como os outros, que não encontrei energia nem pra sentir culpa pela minha letargia, que hoje levantei devagar e tarde e que não tive vontade de nada, você vai reagir como?

     Você vai dizer “te anima” e me recomendar um antidepressivo, ou vai dizer que tem gente vivendo coisas muito mais graves do que eu (mesmo desconhecendo a razão da minha tristeza), vai dizer pra eu colocar uma roupa leve, ouvir uma música revigorante e voltar a ser aquela que sempre fui, velha de guerra.

     Você vai fazer isso porque gosta de mim, mas também porque é mais um que não tolera a tristeza: nem a minha, nem a sua, nem a de ninguém. Tristeza é considerada uma anomalia do humor, uma doença contagiosa, que é melhor eliminar desde o primeiro sintoma. Não sorriu hoje? Medicamento. Sentiu uma vontade de chorar à toa? Gravíssimo, telefone já para o seu psiquiatra.

     A verdade é que eu não acordei triste hoje, nem mesmo com uma suave melancolia, está tudo normal. Mas quando fico triste, também está tudo normal. Porque ficar triste é comum, é um sentimento tão legítimo quanto a alegria, é um registro de nossa sensibilidade, que ora gargalha em grupo, ora busca o silêncio e a solidão. Estar triste não é estar deprimido.

     Depressão é coisa muito séria, contínua e complexa. Estar triste é estar atento a si próprio, é estar desapontado com alguém, com vários ou consigo mesmo, é estar um pouco cansado de certas repetições, é descobrir-se frágil num dia qualquer, sem uma razão aparente – as razões têm essa mania de serem discretas.

     “Eu não sei o que meu corpo abriga/ nestas noites quentes de verão/ e não me importa que mil raios partam/ qualquer sentido vago da razão/ eu ando tão down...” Lembra da música? Cazuza ainda dizia, lá no meio dos versos, que pega mal sofrer. Pois é, pega mal. Melhor sair pra balada, melhor forçar um sorriso, melhor dizer que está tudo bem, melhor desamarrar a cara. “Não quero te ver triste assim”, sussurrava Roberto Carlos em meio a outra música. Todos cantam a tristeza, mas poucos a enfrentam de fato. Os esforços não são para compreendê-la, e sim para disfarçá-la, sufocá-la, ela que, humilde, só quer usufruir do seu direito de existir, de assegurar seu espaço nesta sociedade que exalta apenas o oba-oba e a verborragia, e que desconfia de quem está calado demais. Claro que é melhor ser alegre que ser triste (agora é Vinícius), mas melhor mesmo é ninguém privar você de sentir o que for. Em tempo: na maioria das vezes, é a gente mesmo que não se permite estar alguns degraus abaixo da euforia.

    Tem dias que não estamos pra samba, pra rock, pra hip-hop, e nem pra isso devemos buscar pílulas mágicas para camuflar nossa introspecção, nem aceitar convites para festas em que nada temos para brindar. Que nos deixem quietos, que quietude é armazenamento de força e sabedoria, daqui a pouco a gente volta, a gente sempre volta, anunciando o fim de mais uma dor – até que venha a próxima, normais que somos.

Martha Medeiros
   Ainda não sei bem se estou sofrendo por A ou A,B,C e D

quarta-feira, 2 de outubro de 2013

Sobre amor

Amo, mas morro negando.

As minhas lágrimas sem motivo

     Senti as lágrimas caírem, não era nada demais, para os outros. O coração estava apertado, como se alguém tivesse puxado com as próprias mãos e ali esmagasse e o jogasse no chão, vazio, é a palavra certa.
     Levantei cedo e fui ao quintal, ver o sol nascer, fechei os olhos quando o sol bateu, as lágrimas caíram novamente, não sei de onde elas vieram, e naquele momento não tinha nem motivo, apenas aceitei o momento e deixei as coisas fluirem, naturalmente.

     "Tão natural quanto a luz do dia ..."

     Não é preciso ter motivo para as coisas acontecerem, para as pessoas te esquecerem, ou entender. Talvez a dor de ter por perto não seja tão grande quanto de ter por longe, as pessoas não são infantis por serem crianças, ou pessoas adultas e se comportarem como tal, a falta de experiência em certos assuntos e mudanças também influência, eu sou infantil, eu não sei lhe dar, eu só sei admitir quando cometo um erro, eu peço desculpas, o arrependimento é imediato, só não sei ser tão egoísta.
    

terça-feira, 1 de outubro de 2013

Quando a gordura alheia incomoda muita gente

     Quanto eu tinha nove anos escuta muito as pessoas falarem quem era mais bonita ou mais feia, existia na minha cabeça uma verdadeira guerra entre eu e a moça bonita da casa, talvez essa guerra nem fosse minha de verdade, fosse dos outros que queriam impor suas formas nos outros, sentia isso da família, dos amigos da mamãe e dos amigos na escola que insistiam em me apelidar de baleia entre outros. Desde pequena era influenciada a ter que emagrecer, minha tia sempre perguntava se eu queria ser magra e claro que eu dizia sim, até hoje não sei bem se naquela época eu respondia sim para ser magra e bonita de fato ou só para eles pararem de encher meu saco, tinha quase certeza que quando crescesse ficaria magra e as piadas parariam. Não foi o que aconteceu.
                                                  
                                 Encontramos beleza nas curvas e formas de toda mulher

      Por isso que nunca fui de olhar a gordura alheia, sabia da minha e como as pessoas tratavam quem não tinha um corpo perfeito (como é um corpo perfeito?), só que hoje em dia tudo está muito rápido e as crianças cada vez mais adultas, algumas já foram ensinadas que: gordo é feio e magro é bonito. Há uma semana um garoto de quatro anos me parou e disse...
      - Por que sua barriga está grande? Você está comendo demais!

     Sinceramente tive muita raiva na hora e não soube o que dizer, apenas olhei e disse que ele não poderia falar aquilo para ninguém, que era feio falar do peso de qualquer pessoas. Mas depois pensando vi que deveria ter dado uma resposta diferente, explicado que gordo não é gordo por comer demais e sim por vários fatores, os mesmo que elevam alguém ser magro. O que mais me assustou foi uma criança daquela idade ter essa mentalidade, acredito que não seja culpa dele porque ninguém nasce achando nada, tudo vai sendo construído com o tempo e vem da parte de quem cria, quem sabe o que ele me falou naquela tarde foi que alguém já disse a ele, também o que aconteceu não foi a primeira vez, há mais de um mês ele havia dito que queria emagrecer para não ficar como eu, gordo.
     O que mais me invoca de raiva é quando alguém me manda no whatsapp vídeos de mulheres gordas desnudas dançando como uma forma de piada e ridicularização, cara, o que tem demais de uma gorda dançar da forma que ela achar melhor? Sério, aonde tem piada nisso? Não somos livres? Não! Não somo livres a partir quando mandam emagrecer para ficar mais bonita, será que não podemos nos achar bonita sendo gordas? Não somo livres quando fazem piadas com nosso peso, não somos livres quando nos comparam com a garota esbelta da revista e assim por diante. Digo que não somos livres porque não me sinto livre, e sei que outras garotas também não. Outro dia uma garota falou e afirmou que quando na hora de paquerar tem uma gorda e magra o cara sempre vai escolher a magra porque ela é mais bonita sim. Ok.

     A mesma garota que disse isso ficou com pena da garota gorda da novela que vai ser rejeitada, foi aí que fiquei pensando, como alguém que afirma uma coisa daquela pode ter pena dela? Acho que só em novela mesmo ou sou muito azarada. Espero que ela veja o lado da menina da novela, outro dia ela falou que só era a amiga gorda que arrumava meninas pro amigos, isso não é só coisa de novela, quando percebi que isso estava acontecendo comigo me afastei de alguns, sei lá ouvir um “ela não pega ninguém tadinha” não é muito confortável, não quero a pena de ninguém e nem que se aproximem de mim para querer me desencalhar, isso é humilhante para mim, principalmente quando alguns caras me procuram querendo me comer como forma de favor, cara, eu não preciso disso, sério mesmo, não preciso.



domingo, 29 de setembro de 2013

Ela é linda!

     Eu não sei bem como é minha luta contra mim mesma, só queria ser assim. Vi a imagem no blog da Rchl e fui seduzida por ela, é a briga que tenho por dentro, em um momento quero ser a magra da revista e outra a mulher linda deitada no chão. Sim, ela é linda, por mais que digam que não, ela é linda e eu, quem sabe, um dia fico assim como ela.

Salva-me.

O falso fácil

    Está fácil sorrir por fora.
    Está fácil ignorar.
    Está fácil fingir.
    Está fácil não falar.
    Está fácil levantar pela manhã.
    Está fácil ouvir e escrever.

    Só não está fácil suportar.

quinta-feira, 26 de setembro de 2013

Um sorriso

Você não cruza comigo na rua.
Não olha para mim.
Não olha.
Ou percebe.
E eu estou do seu lado.
De manhã e a tarde.
Todos os dias passo por você.
E nada de você me notar.
E todos me veem.
Não quer cruzar teus olhos com os meus.
Mas hoje teu sorriso foi o mais lindo.
É pensar nele que tem me feito levantar.
E foi para mim, foi meu e é meu.
Obrigada pelo dia de hoje.

Querida Lucy

     Em um momento ela se perdeu em si mesma, não sabia mais se ia ou vinha, se enfrentaria ou desistiria de tudo, já espera a atitude de fracasso, sempre esperou dos outros e de si mesma, as pessoas lhe confirmavam a todo o momento que ela era abaixo dos pés, mesmo encobrindo as palavras, pondo um disfarce ela sabia as verdadeiras intenções entre todos. No fim de tudo teve que se socializa, não se tornar igual, apenas ouvir calada e refletir.

     Talvez fosse a coisa mais difícil naquele momento, mas bater de frente não daria jeito, abriu mão do que mais queria, o que mais pediu a Lucy e não foi atendida, tentou criar opções e foram todas em vão, desistiu mais uma vez, depois de tantas essa seria apenas mais uma, não colocaria a culpa em ninguém, a não ser em si mesma. A única coisa que ainda tinha forças de rebater eram as brincadeiras com sua aparência, já era um recomeço.

sexta-feira, 20 de setembro de 2013

Nada

     Não era nada. Não era felicidade. Não era amor, tão pouco dor. Não era carinho, era um pouquinho de tudo aquilo que nunca senti e descobri que era bom. Não era raiva, era mágoa. Sempre vou dizer isto para uma garota. Não foi você, foi eu. Não era ser como é, é eu não ser o que precisa. Nada. Era um caso e virou um acaso, saberíamos que seria assim, foi combinado.
     Ó garoto, não foi eu a pedra do teu sapato, a mosca da tua sopa ou o peixe da tua lagoa, volto a dizer que era combinado, aquela música não era nossa, ó garoto, te quero bem e tu me faz sentir mulher, mas era combinado, tudo combinado. Ó garoto, não faça isso e fique, encoste tua cabeça na minha e deixe-me sentir tua barba. Ó garoto, me beija. Ô garoto... Ô garoto...
    

quarta-feira, 21 de agosto de 2013

Me excita

     Arrepio pelo corpo todo, o cheiro forte no ar, suor por toda pele. Vontade de gritar, ou melhor, gemer como se não houvesse alguém no quarto vizinho, as pernas não param, os braços apertando o outro corpo, os corpos se entrelaçando. As línguas se encontrando e hora em outra buscando a pele, gosto da pele, será que existe algo mais enlouquecedor que sentir o cheiro da pele, ouvir o gemido e as penas umas as outras se apertando de prazer? As palavras que são ditas durante o ato, os cabelos assanhados e os olhares trocados, será que não é enlouquecedor? O que te faz enlouquecer? As mordidas? Aqueles beijos ou o corpo quente e fervendo de excitação? O que te excita? Eu querer fugir das tuas palavras ou meu corpo querendo o teu?! A tua voz ou o meu gemido? O mundo nos excita.



                                                                    
 

Me beije.

 Me pegue.

 Me excita.

 Me esfregue.

 Me curte.

 Me iluda.

 Me encosta.

 Me encontra.


Não sou eu que sou gorda demais, é a catraca que é pequena


  Este post poderia ser mais um onde eu reclamo por estar acima do peso, o quanto estou insatisfeita com meu corpo e meu peso tem sido motivo de vergonha para mim, mas com o mesmo tema venho abordar duas outras situações que vivi em um dia dentro dos ônibus de Fortaleza.

    Catraca, todo coletivo possuem uma, obviamente, o que volto a dizer aqui é que as catracas dos ônibus foram projetadas para pessoas magras, posso estar erradíssima ao afirmar isto, mas é está à impressão que tive ao pegar os ônibus, tudo muito apertado, dificultoso para pessoas gordas como eu. Se me sinto incomodada por está razão, vejamos bem; se uma pessoa gorda tem dificuldades em passar por uma os olhares da grande maioria que estarão em volta é que a pessoa é gorda demais, poderia contar nos dedos quem pensaria que o problema seria o mínimo espaço. Logo nossa querida sociedade gordofóbica dificilmente aceitaria falar sobre isso sem tom de risos e zombações. Claro que não deveríamos ligar para que os outros pensem ou falam, mas com a convivência com pessoas e seus pequenos pensamentos e soluções percebo que é fácil discutir sobre como perder peso para passar sem vexame nas catracas que a melhoria e acessibilidade nos transportes públicos. Isso não é um comportamento errado?

     Outra coisa que aconteceu e que me deixou bastante pensativa foi quando eu e uma amiga fomos pegar outro ônibus por volta das 22:00hs, ao passarmos pelas benditas catracas tinha duas cadeiras vazias mas separadas, minha amiga sentou na cadeira que ficava mais a frente, fiquei perto do trocador, com o decorrer das paradas a cadeira ao lado ficou vazia e me acomodei na janela, então o ônibus começou a lotar novamente, em um determinado momento a cadeira do meu lado era a única vazia do ônibus, foi então que subiu um rapaz com aparentemente 18 anos, passou pela catraca e fitou a cadeira vazia do meu lado e me jogou um olhar estranho, me acomodei melhor no meu canto achando que ele sentaria mas para minha surpresa ele de modo algum sentou. Achei estranho, ele não quis sentar, me olhava e olhava a cadeira, ele passou cerca de 30 minutos em pé e nada o fez sentar, até que uma moça veio e sentou do meu lado, quando a cadeira da frente ficou vazia ele se acomodou e continuou viagem.  Outra vez posso estar errada, mas tudo me leva a crer que um dos motivos seja por eu ser gorda (?) isso pode parecer absurdo mas não é difícil de acontecer com pessoas gordas, idosos, pessoas negras e assim por diante. Infelizmente nos tempos de hoje encontramos pessoas que têm essa mentalidade.

     Confesso que fiquei bastante surpresa, por morar no interior e não necessitar pegar ônibus, só de ouvir falar de casos parecidos como este em outras cidades ou estados nunca achei que isso de fato aconteceria comigo, não abalou nada em mim, em outra época ficaria triste e tentaria emagrecer de qualquer maneira, mas entendendo que o problema é a catraca, a forma preconceituosa que as pessoas vêem umas as outras, de fato o problema seria eu e meu corpo?  Não! Não é e eu estarei sempre aqui para afirmar isso.
 
                                          Quem me conhece pessoalmente sabe que por eu ser bem gorda é muito complicado passar por uma catraca assim. É errado pedir por uma acessibilidade melhor?
   

terça-feira, 20 de agosto de 2013

Última vez


     - (...) Não seria a última vez?

    Pela última vez tudo foi revivido e sacramentado, as luzes já não piscavam mais, a estrada era a única coisa à frente e com tanta certeza de seria longos meses e intermináveis fins de semana.

quinta-feira, 18 de julho de 2013

Em nenhum lugar...

    Depois de muito adiar resolvi voltar para o centro da pequena cidade onde moro, no caminho tive o mesmo pensamento da ida para casa da zona rural, rezei a minha maneira que tudo estivesse diferente, que lá eu encontrasse o que precisava, quis que tudo estivesse na paz, ao menos um pouco para eu não perder um pouco mais a cabeça... Além do chão que perdi. Encontrei o colo que precisei e não me senti só. Arrependi-me amargamente do tempo perdido, olhei em volta e constatei que eu não dava para aquela vida, tão tranquila, tão parada e sem sentido, para eles não é, mas para mim sim, gosto de gente, de estar perto de tudo e das facilidades que tenho, em definitivo eu não posso nem quero me limitar, eu não vejo assim em uma zona rural, por mais que seja de bom grado a vontade deles de me fazer morar lá, desde criança quis ir longe, eu sei que posso, mas o medo do fracasso é tão grande que acabo me reprimindo entre mim mesma... O que não deveria acontecer.
     Quando o crepúsculo veio e por detrás das arvores o sol indo embora e o barulho do vento nas palhas das carnaúbas e olhei pro lado e já estava ficando tudo escuro e porra, de fato eu estou no lugar errado, nem os laços de família que tenho me prendem mais, nem a vontade de ter uma vida calma ou alguém que me prenda onde estou, e se ainda estou é culpa minha e da irresponsabilidade com os estudos, mas estou correndo atrás, ela me ensinou isso, estou indo e vou continuar, tenho isso agora na cabeça, só penso em faculdade, faculdade ou curso técnico, o importante é forma-me em algo e me senti útil comigo mesma, agora parece difícil, mas sei que não é, nós todos sabemos que não é.
     Sempre soube que tudo dependeria de mim, mas sempre tive medo de sair do que me parecia confiável, seguro e bom. Eu não sinto raiva da vida e muito menos quero a pena de alguém, sinto raiva de mim mesma que sempre quis mais e nunca fui trás e agora estou aqui escrevendo feito uma louca e que vai servir para futuramente eu ler e refletir seu eu fui mesmo do que eu queria. Há pouco tempo eu sabia que rumo tomar, tinha as coordenadas e sabia exatamente o que fazer, agora estou me perguntando como será daqui pra frente, porque em todo lugar que eu vou não me sinto bem, mesmo nos lugares diferentes que dormir os últimos dias eu tive a mesma sensação, então concluo que o problema talvez não seja o lugar, seja eu.


 PS: Amo o interior, mas a sensação que me lugar é outro é mais forte que eu mesma.

segunda-feira, 24 de junho de 2013

Bem-vinda lucidez


     E quando você se perde de si mesmo? Sempre me perdi dentro de mim mesma, mas também nunca soube quando ‘me encontrei’ e nem se já me encontrei de verdade ou ainda estou perdida, é confuso para minha pequena cabeça que não consegue decorar cálculos e fórmulas, que já não tem tão boa memoria e que não me deixa pensar direito quando devo fazer agora, mas de repente me sinto com os pés no chão, sabendo que ainda haverá muitas coisas a fazer e que mais do que nunca tenho que estar com a cabeça no lugar para não me precipitar e ter a certeza do que quero. E neste momento tenho certeza que quero muito algo, que de tão especial me fez crescer e colocar o cabeção para funcionar.
     E quando se perde de si e perde alguém? Nunca soube lhe dar direito com a perda, sempre fui fraca e fiquei remoendo dentro do quarto, e não só nisso, mas em tudo. Como a Estefanye diz, eu me escondi do mundo. Na realidade sempre achei que essa fosse à forma de não me contaminar, contaminar no sentido de saber que fofocas não valem a pena, que eu não preciso estar no meio de gente para ser feliz e que minha vida era minha. Só que foi errado este pensamento, eu alimentei um comodismo, usei a desculpa de ser gorda e o olhar de reprovação dos outros para justificar meu medo de enfrentar o mundo e agora me vejo o quanto sou burra e parada, eu parei no tempo e por sorte estou indo atrás de recuperá-lo. No momento eu acho que perdi alguém, a sensação de vazio é enorme, mas pela primeira vez eu não quero desistir ou ter desculpa para falar.
     Desta vez não vou desistir do colégio, das pessoas e muito menos de mim, não vou tomar posição de coitada porque não sou, vou pra frente como a Estefanye diz, não posso dizer que fracassei se nem ao menos tentei.  E ela sem perceber tem me ajudado e não só a mesma, a querida Luana também tem me aberto os olhos, se nos últimos dias tomei posições de algumas situações é ela que mesmo longe tem me ajudado a encarar. Nunca estive com tanta vontade de dar à cara a tapa, de me jogar mesmo, acredito que isso sejam influências das pessoas que mantenho contato, só tenho medo de minha lucidez ver mais do que deve e eu perder quem gosto que fique perto, ao menos serviu para eu saber o que sinto e quero ter pedir desculpas a quem machuquei  ~ lembrei da Rose e seus conselhos por DM ou inbox ~  mas agora eu tenho que ter força, e mesmo que não tenha vou puxar de onde tiver e seguir em frente, e se tudo der certo, muito bem acompanhada.

terça-feira, 23 de abril de 2013

Pequenos alívios


     Uma noticia triste, uma noite perdida e assim foi o que aconteceu na semana passada, tem coisinhas pequenas para os outros que são verdadeiros monstros para nós, eu tenho medo dos meus monstros, os que eu invento no meio da noite sem pé ou cabeça e que me deixa com insônia e me faz levantar no meio da madrugada com a coragem de enfrentar o quintal e lavar toda a roupa suja da semana, que quando termina no começo da manhã ainda não satisfaz o cansaço e ainda quer mais, mas o que ainda tenho para dar Sr. Noticia Triste? Há algo que eu possa fazer e que o senhor vá embora por um longo tempo indeterminado? Fale, porque esse silêncio me rasga por dentro e me faz sentir na solidão na pele, pode fazer minha mãe voltar? Sinto falta dela aqui, ou eu lá deixo você decidir isso.
     É, acho que não sou boa em escrever estórias, não sei desenrolar essas coisas. Mas de fato houve uma noite triste e roupas para lavar, saber ou ver coisas que me deixam triste ao mesmo tempo me dá uma coragem de fazer algo, seja o que for e da forma. Faz-me pensar melhor e com tudo isso me vi apegada ao passado de um modo religioso, muitos livros espíritas guardados para nada, para que eles lá se não sigo e nem tenho fé em muitas coisas que ali diz, escolhi os que não queriam mais e guardei para doar, esta semana dei a uma colega que frequenta um centro espírita em Fortaleza para ela deixar lá, sabe que fiquei com um alívio no peito, sensação boa essa, eu gostei e quero mais e mais e mais.
     Mas o melhor de tudo é a coragem (momentânea) que me dá de sair excluindo as coisas, antes eu usava o facebook para manter contato com os amigos mais próximos, mas fui observando que alguns contatos me reprimiam, eu já fui aquele perfil de compartilhar desgraças e religiosidades, e era o meu direito e é o direito de todos, não é mesmo? Mas de um tempo pra cá tem me deixado incomodada e como os incomodados que se saiam, eu saí da conta de alguns ^^ e foi outro alívio. Antes me sentia presa no que poderiam achar, mas cara é meu bem estar e isso eu DEVO colocar em primeiro lugar, ao menos isso, como um dia a psicóloga falou, um pouco de egoísmo, egoísmo, egoísmo. Não o egoísmo que faz mal alguém, mas o que não me faz tortura, e a mim mesma.
     Esperam demais, esperam que eu tenha sucesso na vida acadêmica, esperam o marido e os filhos ( HAHAHAHA DESCULPA) e tudo mais que possa ser parecido com uma família feliz em uma sociedade tão desigual, é muito mesquinho esse pensamento, ás vezes tenho medo do fracasso porque é muita gente cobrando para uma mulher só, estou aprendendo a dançar conforme a musica, descobri que não é fácil colocar projetos sociais em prática e que só profissionalismo, vontade e disposição não bastam, tem que ter dinheiro e eu não tenho, mas aos pouco tudo se resolve, tenho paciência e disposição. Agora vou procurar algo que possa me dar outra vez à sensação de alívio, vamos ver o que vou destruir agora.

Liberdade


     Cansei! Cansei de tantas coisas que é até difícil definir o que são elas de verdade, a cada dia aumenta minhas frustrações e minhas reclamações no twitter com as pessoas e coisas ao meu lado. Uma das coisas que mais está me acabando por dentro é a bizarra CDHM com o Feliciano como presidente, cansei um pouco dessa história, não de lutar contra essa corja, mas do que anda saindo na mídia desde então, infelizmente só vieram perceber que ele fez e continuar fazendo discursos de ódio e preconceito depois que ele assumiu o cargo e o povo foi às ruas gritar por seus direitos, confesso que antes eu não tinha ouvido falar nele ou no PSC, só me assusta perceber que agora estão mostrando vídeos dele em cultos (mas isso não é ruim, mostra quem ele é) se não fosse à polêmica toda isso certamente não estaria acontecendo e poucos saberiam sobre Marco Feliciano, mas levando em conta que espalhados pelo meio do mundo existem iguais ou piores que ele é bom chamar a atenção de quem acha que política é só corrupção. Ali dentro tem de tudo.
     Continuando, com toda essa mídia voltada para Feliciano, casamento gay, racismo e tal, percebi que do meu lado existem pessoas homofóbicas (existem em todo lugar, mas a surpresa é sempre negativa e vem de quem menos espera) sabe aquela amiga que de um só comentário destrói tudo? Pois é, foi o que aconteceu só que fui burra em não observar que a pessoa já dava sinais de homofobia, acho que era cegueira mesmo, sempre há a esperança que não seja aquilo, mas era e foi. Claro que fiquei reprimida e remoendo por dentro os comentários e atitudes de pessoa tal, não esperava uma atitude assim, não sei o que se passa na cabeça de alguém que odeia homossexuais, até gostaria de saber, talvez fosse mais fácil até mesmo para conversar, mas levando em consideração que a única doença do mundo é o preconceito, melhor não.
     Conversando com um amigo no twitter concordamos que apesar de que muitos pensem que homossexuais se comportam como se estivessem na caça por alguém, isso tudo é puro preconceito, ser homossexual e não poder olhar para alguém do mesmo sexo que já tem alguém lhe cutucando e falando no ouvido “Não olha não, isso não tá com cara de amizade” para mim é preconceito, nem todo hetero olha para o sexo oposto desejando, por que com homossexuais seria diferente? Exijo e dou respeito, se faz algo que me sinto ofendida tenho o direito de reclamar, assim como o outro de ser contra a mim, mas não ofenda. Uma pessoa homossexual é como qualquer outra pessoa na rua com seu emprego, sua casa, namorado (a) ou marido (a), que tem sua família, quer também constituir um lar com filhos, gatos, cachorros e que acima de tudo tem direitos e deveres como qualquer outro cidadão.
     Fugi do assunto, mas tudo bem, mas continuando (palavra bonita) há dias eu tenho me afastado de sites de noticias e jornais, ando lendo revistas científicas para tentar compensar, não que seja bom ficar desatualizada com os acontecimentos do dia-a-dia, mas é tanta porcaria nos sites, tanto machismo e reportagem de jornal punheteiro que a vontade é de vomitar em cima do celular, é muita babaquice para uma pessoa só, me pergunto que tipo de jornalista (se é que podemos chamar de jornalista) faz matérias como as que têm saído, e não é de agora, eu já deixei de ler e seguir o R7, aquilo me deixa com a auto-estima no chão, “Veja as celebridades que tem suas pernas marcadas por celulite” GENTE, que troço é esse? Mulher tem que ser perfeita? Sim, isso me faz pensar em fazer dietas loucas, imagino que outras pessoas passem pelo que eu passo. Na verdade eu não deveria fugir disso tudo, mas vem noticias sobre violência doméstica, estupro, assassinato e mesmo não querendo fico mal com o que leio e até hoje me pergunto como alguém consegue almoçar assistindo programas policias onde só tem assassinato. Mas também sei que não estou imune a isso tudo, amanhã pode ser eu o motivo da matéria, mas é tão sufocante que ás vezes o melhor mesmo é parar por um tempo. 

terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Isso é tudo que tenho para dizer


     Tudo me faz lembrar você quando acordo.

     Tudo me faz lembrar você quando não consigo dormir e fico me revirando na cama.

     Tudo me faz lembrar você quando vejo alguém com o cabelo solto, que não liga se o vento vai deixar bagunçado e mesmo assim tudo é lindo.

     A cada música que passa na rádio, a cada palavra de amor que é dita e a certeza da paixão e do coração totalmente entregue ao sentimento, não posso esquecer o sorriso mais lindo e sincero, mas eu sei por que não deu certo, nunca daria mesmo, não é? Depois do turbilhão que foi ano passado você foi meu presente, não que eu quisesse você para mim, ninguém é de ninguém, mas queria a sua companhia, ouvir a gargalhada gostosa. Na minha novelinha (eu tenho uma ótima imaginação) eu te fazia feliz, mas em momento algum houve promessas, juramentos ou qualquer coisa parecida. Alias, seu cabelo era muito cheiroso, me perdia nele, me perdia só de imaginar te encontrar, as mãos tremiam. 

     Tudo isso e muito mais eu criei, imaginei tantas coisas e tentei fazer virar realidade, juro que tentei, mas já era tarde para pensar em materializar meus desejos, sorri muito pensando em você, o coração por várias vezes bateu tão forte que meus olhos se encheram de lágrimas, de felicidade. Perdoe-me se não te disse nada, nem sei se você vai ler isso, quem sabe, mas como diz a musica “não pense que é covardia, é apenas timidez” e essa é a verdade. Espero de coração que seja muito feliz, e que saia logo do meu pensamento porque preciso dormir.

Desabafo


     Está semana estive conversando com um casal amigos o quanto estou desconfortável em relação ao meu peso, sim, eu já falei várias vezes sobre isso aqui, mas chegou a um ponto que nem eu me aguento, tudo me incomoda. Disso surgiu a ideia da cirurgia bariátrica, é claro que não é simples como podemos imaginar, para conseguir uma vaga pelo SUS tem de ter todo um acompanhamento médico, tais como nutricionista, psicólogo, exames para saber se está apto a fazer, se está dentro do peso exigido e muitas outras coisas. Três colegas meus já fizeram, um está super magro e bem, ou outros estão se recuperando, fiquei muito feliz por eles.
      Sinceramente acredito que meu caso não seja cirurgia, mesmo que meu IMC esteja no nível II de obesidade, o que preciso é de um empurrão, acompanhamento médico e força de vontade, esse último é o que tenho de menos, meu caso envolve questões hormonais, assim como a falta de exercícios diários, uma alimentação boa e dentro de hora (adoro comer pela madrugada) tudo ajuda para a minha obesidade. Você pode se perguntar os motivos de não entrar na linha já que tenho total consciência do pivô de tudo, e só tenho uma coisa para responder: eu não consigo. Infelizmente eu sou dessas que precisa seguir regras, mas tem de serem regras duras e que algo esteja em risco, como minha saúde, por exemplo, mas também não sou de ligar para ela. O fato é que sozinha eu não consigo emagrecer, nem mesmo quando estou chateada com algum comentário escroto sobre minha aparência, sempre caio no choro e nas promessas de emagrecer por opinião, dias depois estou comendo tudo que não deveria comer. Não quero que pensem que estou escrevendo isso para incentivar as pessoas a emagrecerem, pelo contrário, adoraria voltar a me olhar no espelho e disse o quando me amo, o quanto sou gostosa e que me daria uns pegas, mas não me sinto com essa auto-estima  toda, faz é tempo que perdi, odeio meu corpo, odeio quem me critica por isso, odeio quem fala que sou a diferente da família, que todos são magros, de estatura mediana (sou alta) que têm corpos bem feitos e uma bunda enorme e belos seios. Mas eu lá tenho culpa de ser mal feita de corpo (minha gordura se localiza mais da região pélvica para cima) pesar o dobro que muitos da família, não ter bunda para alguém pegar e meus seios não serem empinados. (?) Por um bom tempo nada disso foi problema para mim, mas sabe quando você está quieta e resolvem fazer um tormento a sua vida? Pois é.
      Não sei mais o que responder quando me perguntam sobre o que faço para estar engordando tanto, ontem à noite quando estava chegando em casa vi uma conhecida, ela me perguntou o por que de eu estar engordando a cada dia, eu disse que era porque eu estava comendo demais, não tenho mais paciência para explicar que tenho hipertireoidismo e tentar fazer a outra pessoa acreditar que alteração nos hormônios podem influenciar no peso, muitas me olham e soltam “sei”, devem achar que é desculpa de gordo que come pelos cotovelos e que não quer admitir, e sabe, eu não tenho força para mostrar o contrário.
      Tudo que mais quero é ficar de bem comigo, queria me aceitar do jeitinho que sou uma garota roliça, bem palpável e desencanar de vez, sou muito influenciável, enquanto me sinto bem com dez pessoas me apoiando, desabo com outras mil me apontando, deveria ser diferente, eu deveria ouvir quem me faz bem, mas ás vezes sinto que falam só por falar e isso me deixa mais triste ainda. Em relação a cirurgia bariátrica, eu adoraria fazer, mas como não estou na media que exigida é melhor ficar quieta mesmo, e outra, não seria justo eu querer entrar na “briga” por uma vaga tendo pessoas que precisam muito mais que eu, por envolver a saúde. Sei que posso emagrecer com exercícios, uma reeducação alimentar e outras coisinhas a mais.
   

  PS: Fui ao cabeleireiro no intuito de cortar a juba curta, meu rosto é largo e eu pensei que iria ficar feio, assim eu teria que emagrecer para afinar o rosto e ficar bom. Loucura minha, não façam isso.
   
  PS²: Ele não cortou tããããããõ curto e acabou que ficou bonito o corte.

segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

O MUNDO É MESMO UM MOINHO.


Olha só como o mundo dá voltas, estava lá eu pensando sobre meus apelidos de escola que não gosto muito de mencionar por todos serem relacionados ao meu peso, fiquei refletindo que naquela época, 2004 se não me engano, isso era levado como zuação, não conhecíamos o termo bullying e tão pouco seu significado. Até hoje tenho péssimas lembranças daquele tempo, por um bom tempo fui à única gordinha da turma e sempre carregava apelidos chatos e que me deixava bastante triste, mas parece que não serviu de exemplo para os anos seguintes. Quero escrever sobre o que aconteceu para que futuramente quem tenha lido esse post e já sofreu algum tipo de bullying, pense duas vezes antes de rir de alguém.
     No 8° ano do ensino fundamental estudava comigo um garoto como qualquer outro, ele era muito pobre, não era bonito para ninguém da sala, mal tinha roupa, andava fedido, seu andar era associado ao de um pato e tinha uma voz rouca, que de tão rouca nós começamos a chamá-lo de Pato Rôco, não quero falar aqui seu verdadeiro nome então vou colocar suas iniciais, R. C. Ele era inteligente, tinhas suas dificuldades como os todos os estudantes da sala o que é natural, era apaixonado pela minha melhor amiga de turma e por isso sofria bullying por todos e não só de nossa classe como das outras também, inclusive de eu várias vezes falei mer** para ele, muitas outras vezes houve momentos de humilhação por ele não ser o mais bonito, por ele gostar da garota mais bonita da sala entre outras coisas. Ele sempre aguentou calado, muitas vezes demonstrou raiva, mas ninguém o levava a sério e assim tudo acabava.
    E você deve se perguntar os motivos pelos quais estou escrevendo isso, mas sabe quando o velho ditado “se arrependimento matasse eu estaria morta” faz sentido? Pois é, eu estaria morta e bem enterrada. Depois de passados sete anos eu voltei a lembrar de tudo que aconteceu e só conseguir sentir uma coisa de mim mesma: nojo, muito nojo pelo que fiz e ajudei a fazer com ele. Como pude estar na posição de julgá-lo, e julgá-lo de quê? O que ele fez de mal a mim ou a outra pessoa? Nada! Absolutamente nada. Quem sou eu para querer ser melhor do que ele ou você? Senti-me e ainda me sinto a pessoa mais hipócrita do mundo, logo eu que fui/sou motivo de piadas pela aparência, que naquela época já tinha sentido como era difícil ser os centro das chacotas fiz igual ou pior do que fizeram comigo. Fui capaz de rir de alguém por não ter condições te andar com boas roupas, usar bons perfumes e não ter a aparecia com de príncipe. E sabe o mais irônico, eu cometia bullying com ele por gostar da minha colega e não ter chance alguma com ela e eu gostava de uma cara da mesma sala que também gostava da mesma menina que p R. C. Nunca fiquei com ele.
     O que quero dizer é que nem sempre o castigo ensina, eu fui aprender e me arrepender anos depois, justamente por estar passando por um momento em que está sendo difícil aceitar meu corpo como ele é, estou extremamente arrependida (estou repetindo muito esta palavra, mas não consigo achar outra para usar) pelo que fiz e se pudesse voltaria no tempo e não posso. Fico imaginando se hoje ele tem algum tipo de problema pelo que fizemos com ele na escola, acredito que sim, eu mesma não esqueço os apelidos que levei, e esqueci, na hora em que eu deveria mais lembrar. Faz muito tempo que não o vejo pela cidade, nem sei se ainda mora aqui, sempre que o via no centro acenava com a cabeça e ele respondia, espero que ele tenha me perdoado assim como os outros idiotas como eu que fizemos besteira com ele, e que a sensação de ter sido uma cretina hipócrita não saia tão cedo de mim para que isso não venha acontecer nem em sonho.