sábado, 29 de setembro de 2012

DIAS DE MUDANÇA


Sábado encalorado e não sei o que fazer, apenas sinto a necessidade de escrever, mas quando em fim consigo a cabeça não funciona e acabo desistindo de tudo. Sabe a sensação de está oprimida por algo, seria ruim se não soubesse o que é, mas é tão pior saber o motivo e não poder fazer nada e ter apenas que sustentar até ir dormi a noite. Às vezes fico pensando feito barata tonta no que fazer, aí percebo que talvez barata não pense, ou sou eu que penso que ela não pensa e estou totalmente enganada.
     Hoje comentei que gostaria de ter um gato e um cachorro, mas na verdade inclui codornas. Sinto falta de animais perto de mim, é um carinho recíproco e gostoso. Queria ter um ser lindinho no meio dos meus pés ao acorda pela manhã e poder chamá-lo de zoião da mamãe e das uns beijinhos nele, sou daquelas que dorme com os bichinhos dentro da rede ou cama, só quem dormi com um bichinho sabe o quanto é bom no meio da madrugada sentir o nariz geladinho. Sempre que minha tia vem de Fortaleza durmo com a cadela pinscher dela.
     Mas não é só disso, acho que sair um pouco também, mas não qualquer lugar. A praia a noite cairia bem, ultimamente bons ventos estão chegando e fico imaginando como deve está na praia e as pessoas diferente que sempre encontro nesses lugares... Mas não é isso que eu preciso ainda... Sinto-me agoniada e ando, ando e ando e sempre estou no mesmo lugar e sempre fico aflita quando percebo que grandes mudanças se aproximam. Talvez seja esse o motivo de eu estar agora. 

sexta-feira, 28 de setembro de 2012

O ÚLTIMO DA NOITE

     "Todo mundo tem suas carências, todo mundo é humano, todo mundo sente. Uns sentem mais, outros menos, alguns quase nada, mas sentem. Podem adorar ser livre de noite na balada, no barzinho com os amigos, mas pelo menos antes de dormir, ser livre pesa."    

     Não lembro quem escreveu, mas ao ler, percebi que talvez eu queira me prender em algo, não em alguém, mas algumas coisa que me faça realmente e bem.

SIM, SOU A FAVOR DA LEGALIZAÇÃO DO ABORTO


   Hoje é o Dia Latino-Americano e Caribenho pela Descriminalização e Legalização do Aborto, e não é de hoje que penso neste tema tão discutido, sempre tive duvidas de que lado estar, ou que opinião formar. Por muito tempo achei que era errado o aborto, logo eu era religiosa e sempre olhava pelo lado de Deus, se ele iria gostar ou não, fui daquelas que dizia a famosa frase: Se fizeram agora aguentem. Com o tempo mudei de opinião.
     Antes condenava quem ao menos cogitava a hipótese de abortar, para mim era uma criminosa e não merecia perdão de Deus, depois de algum tempo cheguei à seguinte conclusão: O corpo não é meu, o filho também não e a vida muito menos, para quê             condenar quem aborta? É algo pessoal e não é da conta de ninguém, muito menos da minha. Concordo com a legalização do aborto, a mulher tem poder do seu próprio corpo, ou deveria ter se não fosse tanta gente dando pitaco. Porém, concordo que a criança não tem culpa com a irresponsabilidade dos pais então é aí que fico pensando e me enchendo de duvidas. É um ponto que ainda penso, mas isso vai da visão de cada um.

    BREVE RESUMO DE VIDA
     Minha mãe engravidou aos 23 anos, ela trabalhava como doméstica em casa de família e mantinha um namoro não tão declarado as pessoas, quando soube que estava grávida a primeira coisa que fez foi contar ao namorado que sem pensar virou as costas, seu pai por sua vez a expulsou de casa e quem a colheu foi à família onde ela trabalhava. Um ano depois seu pai aceitou de volta, mas ela continuou morando na casa da família que acolheu e só ia para a casa dos pais nos fins de semana, que ficava na zona rural do interior do Ceará. Dezenove anos depois meu avô ainda não gosta de mim e não temos uma boa relação familiar e continuo morando na casa de família.

     VOLTANDO

     Vocês devem se perguntar por que eu falei tudo isso e eu me pergunto por que ela não abortou, ela tinha todos os motivos para isso e tenho consciência que se tivesse feito muita coisa hoje seria diferente, não estou sendo mal agradecida, pelo contrario, a admiro por ter enfrentado tudo o que enfrentou e enfrenta por minha causa. Porem, eu não teria feito a mesma coisa, fico me imaginando hoje – com dezenove anos – grávida. Se não tenho lugar nem para mim, como terei para um bebê? E como trabalhar, quem irá me ajudar. Minha mãe? Minha mãe mal tem para ela vai ter para uma irresponsabilidade minha. Ter um filho é coisa séria e eu não estou pronta para algo assim. Sim, eu faria um aborto, mesmo que me chamassem de egoísta, de vadia e me colocassem na cruz. O corpo é meu e só eu saberia onde o sapato apertaria isso deve ser um direito meu!
     Mas devemos também compreender que nem toda pessoa que é a favor da legalização do aborto faria o mesmo, muitas mulheres não faria consigo, mas não recriminam que faria. Entendem que isso é uma escolha que envolve o casal, na realidade nunca sabemos as reais situações de uma mulher e devemos respeitar a decisão. Quando penso nessa possibilidade de engravidar eu sinto minhas pernas ficarem bambas, eu não teria a coragem de seguir em frente com uma gravidez e já deixei claro isso.
     Pode parecer cruel da minha parte, mas é assim que penso e por motivos de um dia ter que abortar que tomo mil e um cuidados, tenho exemplo em casa e isso para mim é mais do que o suficiente, guardo receio, não só meu, mas de minha mãe. Existem vários fatores que levam a crer que abortar é errado, a religião é o maior deles, mas se o vaticano condena quem aborta, por que o mesmo condena quem usa camisinha? E algo bem contraditório, não? Sabemos que usando camisinha diminuímos a possibilidade de adquirir algum tipo de doença e consequentemente gravidez. Não queremos nada, só o direito de fazermos o que quisermos com nossos corpos, e mesmo que a legalização não seja aprovada muitos abortos acontecerão, dentro de casa onde não se tem uma assistência medica e que aumentara as chances de complicação podendo levar até a morte. Não estou desrespeitando a vida, só expondo minha opinião.

PS: Enquanto escrevia eu liguei para minha mãe e perguntei o motivo de não ter abortado, ela não soube responder. E acho que nunca saberei.