Deixei rasgar a melhor roupa.
Deixei bagunçar o cabelo.
Deixei estragar a música, a minha melhor música.
Deixei pegar o avião.
Deixei falar ao pé do ouvido.
Deixei puxar.
Deixei estragar a cerveja.
Deixei estragar a tatuagem.
Deixei estragar as palavras, as que eram só minhas.
Deixei estragar o café da manhã, o almoço, o jantar.
Deixei estragar o lugar que amava.
Deixei fingir, mentir.
Deixei tocar aonde ninguém tocou.
Deixei falar tanto quanto.
Deixei expor tudo que achava.
Deixei escondido tudo que frustrava.
Deixei de lado o perto pelo distante. Ou vice-versa.
Deixei magoar sem desconfiar.
Deixei o ódio dominar todo o ser.
Deixei as lágrimas caírem.
Deixei o corpo todo se arrepiar.
Deixei a outra vir, sentar, ficar, morar.
Deixei fazer tudo que teve vontade e nunca percebeu.
Deixei tudo, dane-se o resto.
sábado, 9 de novembro de 2013
Deixei
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