segunda-feira, 11 de novembro de 2013

Solidão e fracasso

     Às vezes a necessidade é apenas de gritar, e berrar o quanto pode, gritar tanto que não seja possível falar direito, gritar até as cordas vocais sangrarem e você vomitar tudo, como se tivesse vomitando toda a amargura, dor, vontade de morrer e raiva. Tudo que tá ali, reprimido, escondido e o que ainda não sabe dizer, talvez você esteja em um momento negativo, é bem provável. Querer bater na parede vai ou pode até aliviar, já que não sente mais nada quando agride seu próprio corpo. Nas suas unhas ainda estão os resquícios da pele, no braço ainda existe uma pequena cicatriz e seu dedo mindinho da mão direita já não é o mesmo depois dos socos.
     Também é provável não saber usar as palavras corretas, não saber expressar porque ainda não sabe quaia palavras cabem. Mas quer explodir, porque essa dor tá oprimindo o peito, tá sufocando, não é querer pena dos outros é não saber saber aonde se está, se sentir tão deslocada que chega comprar o que não deveria porque talvez, quem sabe, ninguém possa terminar com uma vida. Nem a própria. Nunca se sabe. Mas ainda existe um oco dentro de si, mas está repleto de medo, insegurança, carência e desprezo.
     E o grande problema é não saber o que fazer, existe uma vontade incomum de ir há um lugar e gritar tão alto que depois as pernas não sustentem mais o corpo e irá cair no chão e chorar como criança quando a mãe não pode dar o tão sonhado brinquedo. A realidade é o sentimento de fracasso, deveria ter se acostumado já que isso é algo que vem desde a infância, é tão natural que já deveria ter se acostumado com a sensação. O pior é sempre concretizar o sentimento. Mesmo que falem o contrário. Já deveria saber que nem sempre solidão vem junto com o sucesso, o fracasso pode se sentar primeiro, se não ele, a sensação de o medo no futuro. Não é legal isso, é dependência.

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