quarta-feira, 21 de agosto de 2013

Não sou eu que sou gorda demais, é a catraca que é pequena


  Este post poderia ser mais um onde eu reclamo por estar acima do peso, o quanto estou insatisfeita com meu corpo e meu peso tem sido motivo de vergonha para mim, mas com o mesmo tema venho abordar duas outras situações que vivi em um dia dentro dos ônibus de Fortaleza.

    Catraca, todo coletivo possuem uma, obviamente, o que volto a dizer aqui é que as catracas dos ônibus foram projetadas para pessoas magras, posso estar erradíssima ao afirmar isto, mas é está à impressão que tive ao pegar os ônibus, tudo muito apertado, dificultoso para pessoas gordas como eu. Se me sinto incomodada por está razão, vejamos bem; se uma pessoa gorda tem dificuldades em passar por uma os olhares da grande maioria que estarão em volta é que a pessoa é gorda demais, poderia contar nos dedos quem pensaria que o problema seria o mínimo espaço. Logo nossa querida sociedade gordofóbica dificilmente aceitaria falar sobre isso sem tom de risos e zombações. Claro que não deveríamos ligar para que os outros pensem ou falam, mas com a convivência com pessoas e seus pequenos pensamentos e soluções percebo que é fácil discutir sobre como perder peso para passar sem vexame nas catracas que a melhoria e acessibilidade nos transportes públicos. Isso não é um comportamento errado?

     Outra coisa que aconteceu e que me deixou bastante pensativa foi quando eu e uma amiga fomos pegar outro ônibus por volta das 22:00hs, ao passarmos pelas benditas catracas tinha duas cadeiras vazias mas separadas, minha amiga sentou na cadeira que ficava mais a frente, fiquei perto do trocador, com o decorrer das paradas a cadeira ao lado ficou vazia e me acomodei na janela, então o ônibus começou a lotar novamente, em um determinado momento a cadeira do meu lado era a única vazia do ônibus, foi então que subiu um rapaz com aparentemente 18 anos, passou pela catraca e fitou a cadeira vazia do meu lado e me jogou um olhar estranho, me acomodei melhor no meu canto achando que ele sentaria mas para minha surpresa ele de modo algum sentou. Achei estranho, ele não quis sentar, me olhava e olhava a cadeira, ele passou cerca de 30 minutos em pé e nada o fez sentar, até que uma moça veio e sentou do meu lado, quando a cadeira da frente ficou vazia ele se acomodou e continuou viagem.  Outra vez posso estar errada, mas tudo me leva a crer que um dos motivos seja por eu ser gorda (?) isso pode parecer absurdo mas não é difícil de acontecer com pessoas gordas, idosos, pessoas negras e assim por diante. Infelizmente nos tempos de hoje encontramos pessoas que têm essa mentalidade.

     Confesso que fiquei bastante surpresa, por morar no interior e não necessitar pegar ônibus, só de ouvir falar de casos parecidos como este em outras cidades ou estados nunca achei que isso de fato aconteceria comigo, não abalou nada em mim, em outra época ficaria triste e tentaria emagrecer de qualquer maneira, mas entendendo que o problema é a catraca, a forma preconceituosa que as pessoas vêem umas as outras, de fato o problema seria eu e meu corpo?  Não! Não é e eu estarei sempre aqui para afirmar isso.
 
                                          Quem me conhece pessoalmente sabe que por eu ser bem gorda é muito complicado passar por uma catraca assim. É errado pedir por uma acessibilidade melhor?
   

Um comentário:

  1. Queta, quando ao garoto que não quis sentar do teu lado, vou contar uma história. Entrei um dia em um ônibus, que tinha todas as cadeiras ocupadas, exceto por uma, do lado de um cara, que era gordo. Ali eu vi umas pessoas de pé e não entendi pq não se sentaram do lado do cara. Eu corri pra cadeira e entendi: Não dava pra me sentar confortavelmente do lado do cara. As cadeiras são estreitas, e ele ocupava uma e seus braços tomavam parte da outra. Eu não consegui me acomodar, e fiquei envergonhado, por mim e por ele, que estava claramente embaraçado com a situação. Não me levantei, meu passeio seria breve, então me sentei meio de lado, com as pernas pro corredor. Aprendi a lição. Não lhe conheço, não sei quão gorda és, mas tu não deverias julgar o cara por não querer se sentar perto de ti.

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