quarta-feira, 30 de outubro de 2013

Atenção

Desculpe os erros ortográficos e concordância verbal deste blog, quando estiver com tempo irei consertar todos. :)

quarta-feira, 16 de outubro de 2013

Resolve rapidão, doutor?!

   [...]

     -Então, o que quer depois de tudo que você relatou?
    -Me tire a vesícula, a hérnia, meu ovário, minha gordura e mais do que tudo, não esqueça de tirar meu coração, doutor.

Conto Zen

   Dois monges, renunciados ao sexo, estavam subindo uma montanha em direção ao mosteiro quando, um deles, percebe uma mulher em desespero em um rio se afogando. Ele se jogou na agua e retirou a mulher já desmaiada e com as vestes rasgadas pela luta contra a correnteza. Fez respiração boca-a-boca e conseguiu ressuscitar aquele pobre criatura em sofrimento.
     O outro que a tudo assistia ficou boquiaberto: - “Como você fez isso? Tocar em uma mulher seminua! Você colocou sua boca na dela! Você quebrou nossos votos!” – Falava a todo instante – “Quando chegar ao mosteiro eu contarei o fato para nosso líder. Você cometeu um ato abominável!” Aquele tom prosseguiu por toda a subida da montanha até quando chegaram às portas do mosteiro o monge nervoso falou mais uma vez: “-Um absurdo o que você fez: tocou as partes íntimas daquela mulher quebrando nosso voto de fé e sacrifício. Vou contar para nosso líder agora!”
     O outro, que havia salvado a mulher completou: - “Diga também por quanto tempo a mulher ficou em meus braços e há quanto tempo ela está dentro da sua cabeça.”

     Na última vez que fui para psicóloga ela me falou deste conto, não esqueci porque naquele momento era isso que eu precisa ouvir, compreender e tentar seguir. Assim como diz um outro conto que não importa o que seja, se for um problema terá de ser eliminado, este me abriu os olhos para um problema pessoal, desculpa se eu não consigo ver positividade, mas você teve razão quando me falou que não adianta estar longe com algo na cabeça

terça-feira, 8 de outubro de 2013

É exatamente isso, Martha!

A TRISTEZA PERMITIDA

     Se eu disser pra você que hoje acordei triste, que foi difícil sair da cama, mesmo sabendo que o sol estava se exibindo lá fora e o céu convidava para a farra de viver, mesmo sabendo que havia muitas providências a tomar, acordei triste e tive preguiça de cumprir os rituais que faço sem nem prestar atenção no que estou sentindo, como tomar banho, colocar uma roupa, ir pro computador, sair pra compras e reuniões – se eu disser que foi assim, o que você me diz? Se eu lhe disser que hoje não foi um dia como os outros, que não encontrei energia nem pra sentir culpa pela minha letargia, que hoje levantei devagar e tarde e que não tive vontade de nada, você vai reagir como?

     Você vai dizer “te anima” e me recomendar um antidepressivo, ou vai dizer que tem gente vivendo coisas muito mais graves do que eu (mesmo desconhecendo a razão da minha tristeza), vai dizer pra eu colocar uma roupa leve, ouvir uma música revigorante e voltar a ser aquela que sempre fui, velha de guerra.

     Você vai fazer isso porque gosta de mim, mas também porque é mais um que não tolera a tristeza: nem a minha, nem a sua, nem a de ninguém. Tristeza é considerada uma anomalia do humor, uma doença contagiosa, que é melhor eliminar desde o primeiro sintoma. Não sorriu hoje? Medicamento. Sentiu uma vontade de chorar à toa? Gravíssimo, telefone já para o seu psiquiatra.

     A verdade é que eu não acordei triste hoje, nem mesmo com uma suave melancolia, está tudo normal. Mas quando fico triste, também está tudo normal. Porque ficar triste é comum, é um sentimento tão legítimo quanto a alegria, é um registro de nossa sensibilidade, que ora gargalha em grupo, ora busca o silêncio e a solidão. Estar triste não é estar deprimido.

     Depressão é coisa muito séria, contínua e complexa. Estar triste é estar atento a si próprio, é estar desapontado com alguém, com vários ou consigo mesmo, é estar um pouco cansado de certas repetições, é descobrir-se frágil num dia qualquer, sem uma razão aparente – as razões têm essa mania de serem discretas.

     “Eu não sei o que meu corpo abriga/ nestas noites quentes de verão/ e não me importa que mil raios partam/ qualquer sentido vago da razão/ eu ando tão down...” Lembra da música? Cazuza ainda dizia, lá no meio dos versos, que pega mal sofrer. Pois é, pega mal. Melhor sair pra balada, melhor forçar um sorriso, melhor dizer que está tudo bem, melhor desamarrar a cara. “Não quero te ver triste assim”, sussurrava Roberto Carlos em meio a outra música. Todos cantam a tristeza, mas poucos a enfrentam de fato. Os esforços não são para compreendê-la, e sim para disfarçá-la, sufocá-la, ela que, humilde, só quer usufruir do seu direito de existir, de assegurar seu espaço nesta sociedade que exalta apenas o oba-oba e a verborragia, e que desconfia de quem está calado demais. Claro que é melhor ser alegre que ser triste (agora é Vinícius), mas melhor mesmo é ninguém privar você de sentir o que for. Em tempo: na maioria das vezes, é a gente mesmo que não se permite estar alguns degraus abaixo da euforia.

    Tem dias que não estamos pra samba, pra rock, pra hip-hop, e nem pra isso devemos buscar pílulas mágicas para camuflar nossa introspecção, nem aceitar convites para festas em que nada temos para brindar. Que nos deixem quietos, que quietude é armazenamento de força e sabedoria, daqui a pouco a gente volta, a gente sempre volta, anunciando o fim de mais uma dor – até que venha a próxima, normais que somos.

Martha Medeiros
   Ainda não sei bem se estou sofrendo por A ou A,B,C e D

quarta-feira, 2 de outubro de 2013

Sobre amor

Amo, mas morro negando.

As minhas lágrimas sem motivo

     Senti as lágrimas caírem, não era nada demais, para os outros. O coração estava apertado, como se alguém tivesse puxado com as próprias mãos e ali esmagasse e o jogasse no chão, vazio, é a palavra certa.
     Levantei cedo e fui ao quintal, ver o sol nascer, fechei os olhos quando o sol bateu, as lágrimas caíram novamente, não sei de onde elas vieram, e naquele momento não tinha nem motivo, apenas aceitei o momento e deixei as coisas fluirem, naturalmente.

     "Tão natural quanto a luz do dia ..."

     Não é preciso ter motivo para as coisas acontecerem, para as pessoas te esquecerem, ou entender. Talvez a dor de ter por perto não seja tão grande quanto de ter por longe, as pessoas não são infantis por serem crianças, ou pessoas adultas e se comportarem como tal, a falta de experiência em certos assuntos e mudanças também influência, eu sou infantil, eu não sei lhe dar, eu só sei admitir quando cometo um erro, eu peço desculpas, o arrependimento é imediato, só não sei ser tão egoísta.
    

terça-feira, 1 de outubro de 2013

Quando a gordura alheia incomoda muita gente

     Quanto eu tinha nove anos escuta muito as pessoas falarem quem era mais bonita ou mais feia, existia na minha cabeça uma verdadeira guerra entre eu e a moça bonita da casa, talvez essa guerra nem fosse minha de verdade, fosse dos outros que queriam impor suas formas nos outros, sentia isso da família, dos amigos da mamãe e dos amigos na escola que insistiam em me apelidar de baleia entre outros. Desde pequena era influenciada a ter que emagrecer, minha tia sempre perguntava se eu queria ser magra e claro que eu dizia sim, até hoje não sei bem se naquela época eu respondia sim para ser magra e bonita de fato ou só para eles pararem de encher meu saco, tinha quase certeza que quando crescesse ficaria magra e as piadas parariam. Não foi o que aconteceu.
                                                  
                                 Encontramos beleza nas curvas e formas de toda mulher

      Por isso que nunca fui de olhar a gordura alheia, sabia da minha e como as pessoas tratavam quem não tinha um corpo perfeito (como é um corpo perfeito?), só que hoje em dia tudo está muito rápido e as crianças cada vez mais adultas, algumas já foram ensinadas que: gordo é feio e magro é bonito. Há uma semana um garoto de quatro anos me parou e disse...
      - Por que sua barriga está grande? Você está comendo demais!

     Sinceramente tive muita raiva na hora e não soube o que dizer, apenas olhei e disse que ele não poderia falar aquilo para ninguém, que era feio falar do peso de qualquer pessoas. Mas depois pensando vi que deveria ter dado uma resposta diferente, explicado que gordo não é gordo por comer demais e sim por vários fatores, os mesmo que elevam alguém ser magro. O que mais me assustou foi uma criança daquela idade ter essa mentalidade, acredito que não seja culpa dele porque ninguém nasce achando nada, tudo vai sendo construído com o tempo e vem da parte de quem cria, quem sabe o que ele me falou naquela tarde foi que alguém já disse a ele, também o que aconteceu não foi a primeira vez, há mais de um mês ele havia dito que queria emagrecer para não ficar como eu, gordo.
     O que mais me invoca de raiva é quando alguém me manda no whatsapp vídeos de mulheres gordas desnudas dançando como uma forma de piada e ridicularização, cara, o que tem demais de uma gorda dançar da forma que ela achar melhor? Sério, aonde tem piada nisso? Não somos livres? Não! Não somo livres a partir quando mandam emagrecer para ficar mais bonita, será que não podemos nos achar bonita sendo gordas? Não somo livres quando fazem piadas com nosso peso, não somos livres quando nos comparam com a garota esbelta da revista e assim por diante. Digo que não somos livres porque não me sinto livre, e sei que outras garotas também não. Outro dia uma garota falou e afirmou que quando na hora de paquerar tem uma gorda e magra o cara sempre vai escolher a magra porque ela é mais bonita sim. Ok.

     A mesma garota que disse isso ficou com pena da garota gorda da novela que vai ser rejeitada, foi aí que fiquei pensando, como alguém que afirma uma coisa daquela pode ter pena dela? Acho que só em novela mesmo ou sou muito azarada. Espero que ela veja o lado da menina da novela, outro dia ela falou que só era a amiga gorda que arrumava meninas pro amigos, isso não é só coisa de novela, quando percebi que isso estava acontecendo comigo me afastei de alguns, sei lá ouvir um “ela não pega ninguém tadinha” não é muito confortável, não quero a pena de ninguém e nem que se aproximem de mim para querer me desencalhar, isso é humilhante para mim, principalmente quando alguns caras me procuram querendo me comer como forma de favor, cara, eu não preciso disso, sério mesmo, não preciso.