Às vezes a necessidade é apenas de gritar, e berrar o quanto pode, gritar tanto que não seja possível falar direito, gritar até as cordas vocais sangrarem e você vomitar tudo, como se tivesse vomitando toda a amargura, dor, vontade de morrer e raiva. Tudo que tá ali, reprimido, escondido e o que ainda não sabe dizer, talvez você esteja em um momento negativo, é bem provável. Querer bater na parede vai ou pode até aliviar, já que não sente mais nada quando agride seu próprio corpo. Nas suas unhas ainda estão os resquícios da pele, no braço ainda existe uma pequena cicatriz e seu dedo mindinho da mão direita já não é o mesmo depois dos socos.
Também é provável não saber usar as palavras corretas, não saber expressar porque ainda não sabe quaia palavras cabem. Mas quer explodir, porque essa dor tá oprimindo o peito, tá sufocando, não é querer pena dos outros é não saber saber aonde se está, se sentir tão deslocada que chega comprar o que não deveria porque talvez, quem sabe, ninguém possa terminar com uma vida. Nem a própria. Nunca se sabe. Mas ainda existe um oco dentro de si, mas está repleto de medo, insegurança, carência e desprezo.
E o grande problema é não saber o que fazer, existe uma vontade incomum de ir há um lugar e gritar tão alto que depois as pernas não sustentem mais o corpo e irá cair no chão e chorar como criança quando a mãe não pode dar o tão sonhado brinquedo. A realidade é o sentimento de fracasso, deveria ter se acostumado já que isso é algo que vem desde a infância, é tão natural que já deveria ter se acostumado com a sensação. O pior é sempre concretizar o sentimento. Mesmo que falem o contrário. Já deveria saber que nem sempre solidão vem junto com o sucesso, o fracasso pode se sentar primeiro, se não ele, a sensação de o medo no futuro. Não é legal isso, é dependência.
segunda-feira, 11 de novembro de 2013
Solidão e fracasso
sábado, 9 de novembro de 2013
Deixei
Deixei rasgar a melhor roupa.
Deixei bagunçar o cabelo.
Deixei estragar a música, a minha melhor música.
Deixei pegar o avião.
Deixei falar ao pé do ouvido.
Deixei puxar.
Deixei estragar a cerveja.
Deixei estragar a tatuagem.
Deixei estragar as palavras, as que eram só minhas.
Deixei estragar o café da manhã, o almoço, o jantar.
Deixei estragar o lugar que amava.
Deixei fingir, mentir.
Deixei tocar aonde ninguém tocou.
Deixei falar tanto quanto.
Deixei expor tudo que achava.
Deixei escondido tudo que frustrava.
Deixei de lado o perto pelo distante. Ou vice-versa.
Deixei magoar sem desconfiar.
Deixei o ódio dominar todo o ser.
Deixei as lágrimas caírem.
Deixei o corpo todo se arrepiar.
Deixei a outra vir, sentar, ficar, morar.
Deixei fazer tudo que teve vontade e nunca percebeu.
Deixei tudo, dane-se o resto.
Admita!
domingo, 3 de novembro de 2013
Crie
Crie um gato e um cachorro, também crie uma codorna e um cordeirinho, só não crie expectativa, essa dá muita despesa.